Empresas multinacionais bem-sucedidas e de grande porte, quer explorem petróleo, quer fabriquem produtos tecnológicos bacanas, quer sejam enormes plataformas de comércio eletrônico, costumam ter uma coisa em comum hoje em dia: empregam pessoas muito inteligentes e muito competentes em criar novas ideias. E essas ideias precisam de proteção.
É por isso que empresas como ExxonMobil, Apple e Amazon enviam ideias regularmente para proteção por patentes.
As plataformas de redes sociais muito grandes e bem-sucedidas não são exceção. O que talvez surpreenda você é a frequência com que elas fazem isso.
Uma pesquisa dos pedidos feitos através do Escritório de Patentes dos EUA mostra que o Facebook é um prolífico pedidor de patentes de suas idéias inovadoras, com quase 1.450 ocorrências, e que o Twitter tem muito menos – 97 e 69.
O Facebook é rápido em salientar que nem sempre pretende implementar e comercializar ideias referentes àquilo que procurou proteger. Um caso recente que virou manchete era relacionado a um pedido de patente de uma maneira de ligar o microfone do smartphone de uma pessoa usando sinais ocultos transmitidos pela rede de TV.
Na reportagem sobre esse caso, o Facebook falou ao The Guardian sobre sua estratégia de patentes. “É uma prática comum registrar patentes para evitar a agressão de outras empresas. Por isso, as patentes tendem a se concentrar em tecnologias voltadas para o futuro, que muitas vezes são de natureza especulativa e que poderiam ser comercializadas por outras empresas”, disse o diretor de Propriedade Intelectual do Facebook, Allen Lo.
A empresa alega que não tem planos de usar o sistema. Ela teria de dizer isso, é claro. Desde quando empresas de capital aberto revelam seus planos comerciais antes de eles estarem prontos?
Então, tendo isso em vista, que outras aplicações a gigante das redes sociais criou e que podem ser do interesse de empresas do setor de viagens e turismo e de viajantes individuais? Não estou dizendo que elas se tornarão realidade, mas podem dar uma ideia geral da direção para a qual as coisas podem estar caminhando.
O preditor de luas-de-mel
Previsão de Mudanças na Vida de Membros de um Sistema de Rede Social é uma patente que esboça um método para descobrir quando os usuários da rede social passam por uma mudança no estado civil, na situação de relacionamento, na situação de emprego ou em outros aspectos da vida pessoal. Já se disse que a patente significa que a empresa está desenvolvendo um algoritmo de previsão de morte. Embora a morte de um cliente em potencial seja algo de interesse, as empresas de viagens podem estar mais interessadas em saber quando um usuário está noivando ou se casando e pode estar pesquisando uma viagem de lua-de-mel.
Guias de viagem colaborativos
Agregação e distribuição de conteúdo com base em localização é uma patente que descreve um método para compartilhar, em redes sociais, conteúdos entre grupos de amigos que visitam locais geográficos específicos. Isso pode se tornar uma base para guias de viagem sociais em tempo real.
Itinerários de viagem interessantes
Sabe quando, às vezes, você quer viajar de A para B, mas passando por C, D e E? O pedido de patente do Facebook Identificação de uma rota configurada para viajar por múltiplos pontos de interesse descreve um método para fazer exatamente isso. Não são apenas o Google e a TomTom que estão interessados em mapeamento.
Alimentação social
Você está em um novo destino de viagem e bate uma fome. Onde comer? É sempre possível procurar no TripAdvisor para encontrar um bom restaurante. Que tal ir a um restaurante onde um de seus amigos de rede social está comendo? O pedido de patente do Facebook Recomendações baseadas em geolocalização descreve como a empresa pretende fazer exatamente isso.
Agente de viagens social
O Facebook mostrou ser muito bom na monetização de seus usuários, e uma das maneiras de fazer isso é ser um agente de viagens social que apresenta publicações e anúncios relevantes aos usuários com base em sua localização e nas postagens de amigos que estiveram no mesmo local. A patente Recomendações de viagem em redes sociais online descreve como o Facebook pode usar a grande quantidade de dados de um usuário e o que o círculo social dele fornece na rede para produzir “itinerários de viagem otimizados”.
Mark Frary é cofundador da Travel Perspective, uma consultoria social e digital que trabalha com empresas de viagens e organizações de turismo para ajudá-las a compartilhar digitalmente suas histórias surpreendentes, atuar em colaboração com os influenciadores de viagens por meio de vídeos, imagens e palavras e gerar novos negócios.