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Vocação sem fronteiras

Por Alexandre Sampaio, FBHA.

Os números que envolvem o turismo dão um panorama de sua importância e, principalmente, revelam seu potencial para tornar-se a principal atividade produtiva do Brasil – uma das mais capazes de transformar a nossa economia, inclusive impulsionando outros setores, como o varejo e a indústria, e de ajudar o País a sair deste cenário de crise e retomar o caminho do crescimento e do desenvolvimento.

As empresas ligadas à atividade do turismo têm um papel importante no contexto da geração de riquezas e distribuição de renda, pois geram um em cada 11 empregos e movimentam cerca de 3,5% do Produto Interno Bruno brasileiro, o que representa algo em torno de R$ 182 bilhões.
As perspectivas de crescimento são boas: estima-se que, até 2024, este montante salte para algo em torno de R$ 700 bilhões, o que garantiria uma fatia de 10% do PIB – uma expressiva elevação de 6,5 pontos percentuais.

Mas, para que o prognóstico se concretize, é preciso tratar o business turismo de forma incisiva e prioritária, extraindo toda a potencialidade que o Brasil oferece como destino turístico perante o mercado externo.
Além de ostensiva e audaciosa, a divulgação do País no exterior deve ser planejada e estruturada de maneira estratégica, com foco e metas de resultados concretos pautados pelo aumento da entrada de turistas estrangeiros no Brasil e reflexos diretos no montante gasto por estes visitantes em nossos destinos.

Do ponto de vista prático de gestão, há que se elaborar indicadores de desempenho que permitam o constante monitoramento das ações e iniciativas realizadas em outros países e deem subsídios para uma célere correção de rota das estratégias, em função dos resultados obtidos.
Mas há um trabalho ainda maior a ser feito, que é a construção e a solidificação da imagem do Brasil como destino turístico lá fora. É primordial mitigar as eventuais informações incorretas que circulam no boca a boca e, principalmente, a sensação de insegurança que as notícias sobre violência incutem na mente dos viajantes. É preciso definir se seremos o país da corrupção e outros tipos de roubos ou se seremos aquele imenso país de natureza exuberante, montanhas e praias paradisíacas e povo hospitaleiro. E, a partir desta escolha, devemos começar a trabalhar para inserir o Brasil na rota de aspirações dos principais turistas internacionais, como americanos, franceses e asiáticos – povos que gostam de viajar e não economizam durante estas experiências. Por que não incentivá-los a vir, isentando-os da enorme burocracia para a obtenção de um visto de entrada no País?

Neste ponto, saímos um pouco da gestão do negócio e passamos a pensar no aspecto estratégico para transformar em business aquilo que é a nossa grande vocação econômica: o turismo.

Os apelos de marketing para a “venda” do País estão todos aí, de locais paradisíacos a hospitalidade e experiências enriquecedoras – basta agora iniciar o “dever de casa”, que pode começar pela transformação da Embratur em uma agência internacional de fomento, que, nos moldes do que foi feito para a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), criada para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior, atraindo investimentos estrangeiros, dará o pontapé inicial em uma nova fase de promoção do turismo brasileiro.

Sobre o Autor
Alexandre Sampaio é presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).

 

As opiniões expressas neste texto são do autor e não refletem, necessariamente, a posição da WTM Latin America.

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