O setor de turismo é um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Antes dela, na média mundial, o setor contribuía com um pouco mais de 10% ao PIB, enquanto no Brasil o índice estava abaixo, por volta de 8%. A Interamerican Network, agência de comunicação especializada em turismo, vem pesquisando o setor no Brasil e na América Latina com parceiros como a Travel Consul (aliança global de agências de comunicação, marketing e representação especializadas em turismo) e a Mabrian (agência espanhola especializada em big data para o turismo), o que lhe permite traçar cenários importantes que podem ajudar o País a finalmente dar a devida relevância ao setor e destravar seu potencial.
O Brasil está sendo um dos países mais afetados mundialmente pela pandemia da COVID-19. A percepção de segurança de visitantes, de visitantes em potencial , com relação ao País caiu como antes, seriamente afetada pela situação gerada localmente pela pandemia, levando a um tombo de 40%. Isso indica que, tão cedo, o Brasil não deve e nem o número de visitantes de antes, nem aumentá-lo, algo que é alvo de inúmeras tentativas do Ministério do Turismo há anos.
Em relação à conectividade aérea do Brasil, considerando os 11 principais aeroportos do País e os horários de voos publicados pelas companhias aéreas, constata-se que ela foi praticamente nula em junho, em comparação a 2019. Em julho, houve uma ligeira recuperação, enquanto a partir de agosto a programação mostrou recuperação em praticamente todos os mercados analisados, embora permaneça entre 20% e 40% abaixo daquela do ano anterior.
Mas os empresários brasileiros do turismo estão menos pessimistas em relação às perdas geradas pela pandemia que seus parceiros globais. Na comparação com 2019, no 3º trimestre de 2020, os empresários brasileiros acreditam que suas perdas chagarão a 66%, enquanto a média global diz 73%. No 4º trimestre, eles projetam 50% de perdas, versus 60% na média global. Entretanto, no Brasil, eles estão mais pessimistas na questão sobre quando acreditam que os negócios vão voltar ao normal: 65% acredita que isso só acontecerá em 2021. Na média global, 57% acredita que isso se dará em 2020.
A maioria dos consumidores brasileiros pesquisados (44%) não pretende viajar nos feriados de fim de ano e outros 27% considerariam a opção se encontrassem uma promoção. Na média regional da América Latina, porém, 61% consideram viajar no Natal e no Réveillon e 11% poderiam viajar se encontrassem uma oferta. E os mostraram uma confiança maior na imprensa especializada na pergunta sobre quem inspira sua próxima viagem: essa opção aparece em terceiro lugar, com 10% da preferência, atrás apenas de buscas na internet (33%) e recomendação de amigos (30%), e à frente de agentes de viagem (9%), redes sociais (7%), influenciadores e blogueiros de viagem (6%) e publicidade (5%).
Em todos os países da América Latina pesquisados, a organização da próxima viagem será feita de maneira independente pela maioria, mas, logo em segundo lugar, estão os agentes de viagens tradicionais, em franca vantagem em relação às OTAs. Viagens dentro do próprio país e para um destino de praia têm a preferência da maior parte daqueles que participaram do estudo. Para nossos vizinhos, o Brasil não está bem cotado nas respostas sobre destino desejado fora do próprio país, mas dentro da região, para uma próxima viagem: aparece em 5º lugar para argentinos, chilenos e mexicanos, e em 9º (penúltimo lugar) para colombianos e peruanos, confirmando os dados da pesquisa sobre percepção de segurança.
Para ler a íntegra das três pesquisas aqui mencionadas, clique aqui.
As opiniões expressas neste texto são do autor e não refletem, necessariamente, a posição da WTM Latin America.