Pode-se dizer que, em muitos sentidos, a segunda década do século XXI é do Brasil. Um dos países do BRIC – quarteto de economias que avançam rapidamente e incluem a Rússia, a Índia e a China –, seu crescimento e sua força o estão transformando em um dos principais atores do palco mundial. Mais brasileiros do que nunca estão fazendo viagens internacionais, e poucos países do mundo terão tanta exposição global quanto o Brasil terá ao longo dos próximos três anos. Os holofotes do mundo estarão voltados ao país quando ele sediará a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Esses eventos são uma excelente oportunidade de brilhar e, ao mesmo tempo, representam grandes desafios e responsabilidades organizacionais e sociais.
O Brasil parece estar a caminho de atingir sua meta de receber 7 milhões de turistas internacionais em 2014. As estatísticas apresentadas pela Embratur mostram que o país recebeu cerca de 5,7 milhões de turistas em 2012, cifra recorde que superou os 5,433 milhões do ano anterior. Se o crescimento prosseguir nesse ritmo, a meta de longo prazo de atrair 10 milhões de turistas estrangeiros em 2020 também poderá ser alcançada.
A origem dos visitantes internacionais que vêm ao Brasil está dividida principalmente entre países latino-americanos, europeus e norte-americanos. A Argentina é, de longe, responsável pelo maior influxo (1,593 milhão de visitantes, ou 29,33%), e os EUA vêm em segundo lugar, com 594.947 visitantes (10,95%). Dos 20 países principais, 9 são latino-americanos; desses, depois da Argentina vêm Uruguai (com uma participação de 4,81%), Chile (4%), Paraguai (3,55%), Colômbia (1,68%), Peru (1,6%), Bolívia (1,57%), México (1,19%) e, por fim, Venezuela (1,05%).
Da Alemanha vem a maior parte dos visitantes europeus (241.739 ou 4,45%), o que faz dela o quarto país de origem no cômputo geral. Na sequência vêm Itália (4,22%), França (3,83%), Espanha (3,5%), Portugal (3,38%), Reino Unido (2,75%), Países Baixos (1,33%) e Suíça (1,21%). O Japão é o único país asiático entre os 20 principais. Ele se encontra na 19º posição, com 63.247 visitantes (1,16%).
Negócios versus lazer
O lazer é o principal motivo da maioria das visitas ao Brasil (veja o gráfico), embora a importância do país em viagens de negócios e eventos continue crescendo. A finalidade de uma viagem é um fator importante em termos de quais regiões do Brasil são visitadas. Segundo a Embratur, dos visitantes de lazer que vieram ao Brasil em 2011, 62,1% vieram em busca de ‘sol e areiapraia’, 24,6% para fazer ecoturismo e 9,4% pela cultura.
Juntos, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro representam 45% das áreas visitadas pelos turistas internacionais, seguidos de Santa Catarina, Paraná e Bahia. No entanto, entre os visitantes que vêm ao Brasil para fins de lazer, a ordem dos lugares visitados em termos de números passa a ser Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo e Bahia. As cidades mais visitadas pelos visitantes internacionais em geral são, em ordem, São Paulo, Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Florianópolis e Salvador. Porém, quando se levam em conta apenas os turistas de lazer, a ordem muda para Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Florianópolis, São Paulo, Salvador e Balneário Camboriú.
Os turistas da Europa e América do Norte gastam quase três vezes mais por visitantecabeça, no total, do que os provenientes da América do Sul. Isso se deve, em parte, à diferença nas estadias médias: a duração média das viagens dos europeus é de 24,7 dias, enquanto a dos norte-americanos é de 20,6 e a dos sul-americanos, de 10,9.
O relatório da Embratur também analisa o Brasil como destino para eventos internacionais, os quais continuam a crescer. Em 2011, um aumento de 10% no número de eventos internacionais ajudou o país a subir duas posições no ranking da Associação Internacional de Congressos e Convenções (International Congress and Convention Association – ICCA). O Brasil passou do 9º ao 7º lugar e foi o único país latino-americano a ficar entre os 10 principais. O Rio de Janeiro ficou no topo do ranking em número de convenções realizadas por cidades brasileiras, seguida por São Paulo, Salvador, Brasília e Florianópolis, tendo ficado no 27º lugar em nível mundial – acima de cidades como Zurique, Melbourne e Oslo.
Dados fornecidos pela Embratur; dados de origem dos turistas internacionais fornecidos pela Embratur, Polícia Federal e Ministério do Turismo.